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Notícia via Automotive Business

Queda chega a 14,5% em comparação com a mesma semana do ano passado

PEDRO KUTNEY, AB

Depois do tombo de março, as vendas de veículos embicaram ainda mais para baixo no início de abril. Nos primeiros sete dias do mês, os emplacamentos despencaram, anotando queda acentuada de 14,5% em comparação com o mesmo período de 2013, segundo dados preliminares informados por Rogelio Golfarb, vice-presidente de assuntos corporativos da Ford América do Sul. “E a média diária caiu nesse mesmo ritmo”, afirma Golfarb, destacando que a situação é “preocupante” e que a ociosidade da indústria já gira em torno de 35%, em declínio aprofundado pela drástica redução das exportações para a vizinha Argentina, responsável por 80% das compras externas de carros fabricados no Brasil.

O cenário adiante não é nada animador, tendo em vista que este mês existem dois feriados seguidos (Páscoa e 21 de abril) que criaram duas semanas com apenas quatro dias úteis cada uma, deixando mais apertado o tempo para qualquer recuperação. E mais adiante vem o feriado do Dia do Trabalho, em 1º de maio. Golfarb avalia que com a pressão da ociosidade e da grande concorrência as montadoras vão apelar para as promoções como única saída para desovar estoques, que já esbarram em 50 dias de vendas. “O crédito continua seletivo, os juros estão subindo e tornam as prestações mais caras. Tudo isso tira confiança do consumidor, que posterga a compra”, analisa.

O executivo destaca que as maiores quedas estão justamente onde a falta de crédito faz mais diferença, no segmento de carros de entrada, que teve recuo de mais de 12% no ano passado. “As vendas de modelos de gama mais alta, como sedãs médios, caíram menos de 1%”, diz.

Neste ambiente de retração aprofundada das vendas, o retorno do IPI para as alíquotas normais, o que está previsto para acontecer em julho próximo, poderia piorar ainda mais a situação. “Não digo que o governo baixará o IPI novamente, mas não me surpreenderia se mantivesse o nível reduzido no patamar que está”, arrisca Golfarb.

O executivo lembra que a Ford já trabalhava com esse cenário para este ano. “Infelizmente nossas projeções estavam certas.” Por isso, segundo ele, a montadora não passa pelas mesmas dificuldades das principais concorrentes. “Nossos estoques estão bem mais baixos do que a média”, garante. Golfarb afirma que no momento não está no horizonte nenhuma redução de produção na Ford. A fábrica de Camaçari (BA) continua trabalhando em três turnos e a linha do New Fiesta em São Bernardo do Campo (SP) em apenas um.

Na fábrica de caminhões, também em São Bernardo, as operações foram interrompidas por uma semana para adequar os estoques. Mas agora, com a volta do regime simplificado para concessão de crédito do BNDES (PSI/Finame), Golfarb acredita que as vendas do segmento tendem a melhorar nos próximos meses. “Ainda vejo possibilidade de retomada nesse mercado este ano”, avalia.

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